Umidade do café: influência direta na qualidade e preço

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A Qualidade do café é fator determinante para a lucratividade do cafeicultor e a umidade do café tem forte influência na qualidade e consequentemente no preço do café.

A determinação da umidade por processos visuais ou empíricos, sem o uso do aparelho determinador de umidade pode levar a erros grosseiros na avaliação da umidade dos grãos de café, que podem gerar prejuízos maiores que o próprio valor do equipamento.

Caso a propriedade tenha um programa de rastreabilidade ou certificação, recomenda-se que o medidor venha acompanhado de um certificado de calibração. Esse certificado atesta a qualidade da medição e deve ser renovado anualmente, após a revisão preventiva.

O café deve ser medido sem a presença da casca e do pergaminho e livre de impurezas. Cabe aqui uma observação sobre a medida de umidade do café em coco. A Gehaka não disponibiliza essa escala nos medidores pelo simples fato que ela pode induzir o usuário a erros graves, uma vez que a casca pode estar mais seca que os grãos ou vice-versa.

Não foi encontrada uma correlação entre a umidade do café em coco e o café beneficiado para que esse tipo de medida pudesse ser realizada com precisão.

Portanto, não é recomendado que se tomem decisões através de medidas de umidade com o café em coco.

Tanto no terreiro como no secador, deve-se retirar uma pequena amostra composta representativa do lote, proceder a sua homogeneização e reduzi-la ao tamanho adequado para ser colocada no medidor.

A umidade ideal para beneficiar o café é de 10,8 a 11,2 %.

Abaixo de 10 % de umidade, os prejuízos serão a quebra dos grãos e a perda de peso.

Acima de 12 %, haverá perda de qualidade (branqueamento) do café, refletindo em menor preço.

Importante: antes do beneficiamento, o café deve “descansar” no mínimo 8 dias (seco em terreiro) e 10 dias (seco em secador).

Para cafés especiais, a recomendação é de 30 dias. Esse procedimento é importante para uniformizar a secagem dos grãos.

Para os equipamentos que fazem a medida através de uma amostra previamente pesada, recomenda-se realizar a pesagem de forma bem criteriosa, pois se tivermos grãos a mais ou grãos a menos haverá certamente um erro na medida final da umidade. Além disso, é bom que o medidor esteja nivelado sobre uma superfície plana e fixa.

Outro cuidado importante referese ao carregamento da câmara de medida. Após a pesagem da quantidade exata da amostra, ela deve ser colocada no medidor, para isso utiliza-se a própria cuba de pesagem.

Tão importante quanto a pesagem é a correção de umidade em função da temperatura. Os medidores mais modernos têm dois termômetros que monitoram a temperatura do instrumento e a temperatura da amostra de grãos.

Recomenda-se que a diferença entre estas temperaturas seja menor que 10 °C. A melhor condição para a medição de umidade é aquela em que o medidor, a amostra e o ambiente estejam todos na mesma temperatura.

Finalizada a safra, o medidor deve ser guardado corretamente, preferencialmente dentro de sua bolsa para transporte ou em uma caixa, evitando que insetos e roedores se instalem dentro dele e causem prejuízos às diversas partes do instrumento.

É aconselhado que se retire a bateria quando o medidor ficar sem ser usado por um bom período, descartando-a, e uma nova deverá ser instalada ao iniciar a utilização do medidor na safra do ano seguinte.

Para garantir o adequado funcionamento do medidor de umidade, o fabricante recomenda que se faça a manutenção preventiva anualmente.

Há vários anos a Gehaka disponibiliza sua equipe de técnicos para realizar manutenções preventivas durante a Femagri e Feira do Cerrado, para que o cooperado possa manter seu medidor de umidade devidamente revisado e aferido antes de utilizá-lo na próxima colheita.

Autores:
Fernando Engelbretch - Gehaka
Eduardo Renê da Cruz - Engenheiro Agrônomo Cooxupé

Fonte: Folha Rural - Janeiro de 2018 - página 21
Edição 472 • Ano 48